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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PARANÓIA

Abri a porta, cheguei ao corredor e, para não invadir sua privacidade, chamei de longe e alto seu nome. Nada ouvi e, com medo que estivesse com alguém, apressei-me em seguir em frente. Enquanto os passos me conduziam, os pensamentos me levavam a uma velocidade ainda maior. Momentos intensos e marcantes que vivenciamos juntos, agora se projetavam em minha mente com caráter de estréia e tendo você como protagonista. Eram segundos que pareciam horas e metros que representavam quilômetros porque eu, simplesmente, não chegava nunca àquele quarto! Então, finalmente, após ver e rever, inúmeras vezes, o filme da minha vida, girei a maçaneta e abri a porta lentamente na certeza de enxergar o que não queria ver! E lá estava você, só, à minha espera, com a garrafa de vinho na mão, perguntando-se por que eu demorara tanto para voltar da cozinha com o saca-rolhas.
(Chris Gehring)

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