Vou lhes contar um pouco da minha estória. Sou filha e neta de imigrantes alemães e, por conta disso, tenho a cidadania européia. Morei dez anos na Europa. Primeiro na Suíça e depois na Alemanha. Amo o velho mundo e, às vezes, me pergunto se fiz bem em voltar ao Brasil. Mas na vida são as escolhas que regem nosso destino, ou melhor, somos donos dele. Não me arrependo de ter voltado, porque também amo tudo isso aqui! Meu filho, hoje com 16 anos, nasceu lá. Ele se orgulha de ser brasileiro e alemão. Adoramos viajar! Eu adoro viajar e ainda pretendo conhecer muitos lugares. Mas chega de neve! O que vivenciei na Áustria, há 16 anos, deve me bastar para o resto da vida! Durante uma nevasca, tivemos que desenterrar o carro, que estava totalmente coberto de neve, e andar por uma estrada que não enxergávamos. Varetas, de um metro e meio de altura, sinalizavam, discretamente, a beira do caminho. As rodas, envolvidas por correntes para não deslizarem, nos levavam à 20km/h. Todo cuidado era pouco, já que acidentes ocorriam freqüentemente em função do tempo. Mas também peguei ótimas temporadas de sol, a 40 graus. Na Espanha, por exemplo, Costa Del Sol (Andaluzia), ficamos por duas semanas e pegamos uma época quente e seca. Pudemos conhecer Granada, entre outros locais pitorescos. Minha grande aventura, entretanto, foi a estada na Suíça, quando, recém-chegada do Brasil, com pouca idade (23 anos), me senti um peixe fora d´água. Não sabia onde ficaria e onde buscaria trabalho. Com mais sorte do que juízo, consegui me fixar em Adelboden, uma pacata cidadezinha turística em meio aos Alpes Suíços. Por lá fiquei durante quatro meses. Trabalhei em um hotel, viajei e esquiei bastante. Conheci os quatro cantões suíços e depois me mudei para a Alemanha. Na Alemanha comecei uma nova fase da minha vida. Tive meu curso superior reconhecido e passei a trabalhar em uma importante multinacional. Fixei-me, casei, tive meu filho. Conheci boa parte da Europa. Mas, como disse no início da estória, a vida é regida por escolhas. Eu escolhi voltar porque meu coração é brasileiro e minha saudade eterna. Só não pensem que desisti do velho mundo! Não, não! Tenho razões suficientes para voltar e visitá-lo sempre de novo!!! (Chris Gehring)